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Não Se Sabote

Pense comigo: alguma vez você se deu conta de que perdeu uma prova, uma entrevista de emprego ou até o voo porque não se organizou?

Todas as situações acima são importantes, porém por algum motivo você deslizou e colocou tudo a perder.

Parece estranho a primeira vista, porém acredito que já identificou alguém que conhece. Sabotar-se pode ser uma doença, tem pessoas que sentem prazer pelo desprazer, acabam favorecendo e complicando a vida.

Sentir dor e enfrentar dificuldades pode se tornar um vício, e muitos não conseguem viver tranquilamente, nem tão pouco serem felizes. Essa reação é provocada pelo inconsciente que faz com que a pessoa se sinta atraída por situações que impeça de crescer, ter sucesso e até em sentir-se amado.

Por medo dos riscos e das responsabilidades da vida, podemos acabar inconscientemente com as nossas realizações. Isso se chama autossabotagem. São atitudes forjadas por uma parte de nós que não nos vê como merecedoras do sucesso ou que subestima nossa capacidade de lidar com a vitória.

Normalmente o comportamento autossabotador tem origem no contexto familiar, que é onde construímos nossas referências, sendo a base de percepção que teremos no mundo, incluindo traumas, assimilação de traços da personalidade, sentimento de abandono, rejeição, culpa, baixa autoestima, etc.

A autonomia, a independência e o sucesso são apavorantes para algumas pessoas porque indicam que elas não poderão mais argumentar que suas necessidades precisam ser protegidas.

Todo mundo busca a felicidade, a questão é ter coragem de viver, o que significa correr riscos e assumir responsabilidades.

Observe como é o comportamento autossabotador, e tente fazer uma análise introspectiva sobre isso:

  • O sujeito não tem nem ideia de como melhorar;

Isso porque não enxerga as oportunidades, não há ação e nem resultados. Por exemplo, a pessoa acredita que está acima do peso e nada do que fizer irá mudar; coloca culpa em vários outros fatores e se acomoda se colocando no papel de vítima.

  • Apesar de ter ideias não coloca em prática;

Os sentimentos e comportamentos são de procrastinação, sentimento de culpa, vitimização. Fica somente no sonho. Sente-se culpado, lamenta por não conseguir colocar em prática. A pessoa sabe o caminho, porém não tem força para mudar.

  •  Quando coloca alguma ideia em prática, não há persistência; 

Se os resultados são fracos em um primeiro momento, a pessoa desanima e desiste. Nesse momento busca ajuda, mas desiste muito antes de obter resultados efetivos.

Em alguns casos, chega-se ao limite de fazer tudo para dar errado, pois tem medo de não saber lidar com o sucesso.

A psicoterapia, bem como a hipnoterapia como uma de suas vertentes, são as modalidades terapêuticas indicadas para casos que envolvam processos inconscientes e conscientes de comportamento. É necessário que a pessoa que apresenta esse comportamento tenha determinação em buscar mudanças de hábitos e atitudes, em arriscar novos comportamentos, pois se as crenças e padrões continuarem se repetindo, o sujeito continuará passando a rasteira em si mesmo.

RECONHEÇA AS SUAS POTENCIALIDADES!

Em alguns casos, o gatilho da autopunição está na maneira de como nos enxergamos. A pessoa precisa identificar suas potencialidades e se apropriar delas.

Às vezes, buscamos a felicidade no lado inverso de onde poderíamos encontrá-la. Queremos ser bonitos, elegantes e inteligentes como os outros e deixamos de ser o que naturalmente somos. Filhos que foram condicionados pelos pais a se sentir merecedores de satisfação somente depois de cumprir determinadas tarefas, por exemplo, se tornam adultos que postergam a felicidade.

E a privação pode se estender a conquistas mais relevantes.

Quem não tem permissão para ser feliz, quando obtém algo positivo, imediatamente faz alguma coisa para perdê-lo.

Se arruma um namorado, o trata mal para que ele vá embora, se consegue um bom trabalho, não cumpre o horário para justificar uma demissão, e por aí vai.

Consciência e mudança estão intrinsecamente ligadas e mexer em lembranças desagradáveis é dolorido. Leva tempo até conseguirmos digerir experiências, fazer novas associações e, por fim, implementar mudanças significativas em nossa vida. Mas, se tivermos paciência e vontade de nos aprimorarmos, a jornada vale a pena.

O mergulho interior é primordial para retornarmos à superfície reformuladas. Precisamos nos desvencilhar de todos os mandatos de culpa e nos dar permissão para sermos felizes.

Mas, prepare-se para experimentar uma reação em cadeia. Se mudamos nosso jeito de nos posicionar em determinada área, as demais também serão afetadas.

Só assim conseguiremos exercer o que temos de melhor; no entanto, não podemos menosprezar ou negar a dor. O sofrimento é uma passagem necessária que evidencia aspectos que precisam ser reconhecidos.

Igualmente vital é aceitarmos as diferentes fases da vida e extrairmos delas os aprendizados possíveis.

A felicidade não é algo que alcançamos, e sim conduzimos.

Não depende do contexto, mas de nossa determinação para superarmos as dificuldades e desfrutarmos a vida. Como nos remete às sábias palavras do filósofo francês Jean-Paul Sartre: “O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós”.

Hellen V. Neves – Terapeuta Comportamental & Treinadora

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Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá, e formada em Psicanálise pelo Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica. Também possui formação internacional em Hipnoterapia Ericksoniana Básica e Avançada, em Transe Conversacional, Hipnose não-verbal e Neuropsicologia Biomagnética, É treinadora comportamental, Master Coach e pós-graduada em Psicologia Positiva e Coaching; e Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de Equipes.

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