Milton Erickson – O Pai Da Hipnoterapia

É impossível falar sobre hipnose e não pensar em Milton Erickson, ou a hipnoterapia ericksoniana.

Mas quem foi este homem, conhecido como o pai da hipnoterapia?

Milton H. Erickson (1901 – 1980), natural de Wisconsin, EUA. Ali cresceu na fazenda de seus pais. Aos 17 anos foi acometido de poliomielite, chegando a ficar tão paralisado que os médicos acreditavam que logo morreria.

Durante a sua recuperação, ainda acamado, totalmente coxo e incapaz de falar, Milton desenvolveu fortemente a percepção da comunicação não-verbal, linguagem corporal. Trabalhou também a concentração para ter “memórias corporais”, da atividade muscular de seu próprio corpo. Lentamente ele começou a recuperar o controle de partes de seu corpo, chegando a poder falar e usar seus braços novamente.

Com a ajuda da canoagem, ele foi capaz de aumentar a força da parte superior de seu corpo, tornando-o capaz de frequentar a faculdade.

Concluiu seus estudos universitários de graduação médica e psiquiátrica nas universidades de Wisconsin e Rhode Island. Sua carreira durou mais de 50 anos e, ao longo dela, conduziu uma extensa pesquisa sobre sugestão e hipnose.

Já no final da década de 1930, ele passou a ser reconhecido por seu renomado trabalho em hipnose. E até seus últimos anos, mesmo com a perda progressiva de mobilidade, Erickson continuava atuante, abrindo um consultório particular em sua própria casa.

Ajudou a fundar a Sociedade Americana de Hipnose Clínica, onde tornou-se presidente. Fundou, também, o American Journal of Clinical Hypnosis, sendo o editor por 10 anos.

Erickson deixou um legado escrito de mais de 140 artigos acadêmicos e cinco livros sobre hipnose como co-autor.

A Hipnose Ericksoniana

O que difere a hipnose ericksoniana da hipnose clássica, é que a técnica de Milton consiste em fazer um tipo exclusivo de transe para cada cliente. Ainda que siga um modelo padronizado de indução, cada cliente deve ser avaliado com critérios que considerem a particularidade do indivíduo.

Em suma, o método consiste em utilizar coisas do contexto do cliente para colocá-lo em transe, que, para ele, é uma experiência natural a todas as pessoas. A função do terapeuta é capturar a atenção do cliente, com aspectos de interesse dele, e linguagem adaptada. A terapia irá evoluir de dentro do paciente, e as mudanças obtidas serão de mérito do paciente, e não do terapeuta.

Sendo assim, a hipnose ericksoniana está diretamente ligada ao desenvolvimento pessoal, estimulando a confiança e crescimento do paciente, despertando nele a consciência de que a ajuda que ele necessita já está dentro dele. Mesmo que para isso seja necessário ressignificar o que outrora eram apenas aspectos negativos.

Com característica mais sutil, o método ericksoriano pode ser dito como hipnose indireta, pois utiliza-se de informações do próprio paciente, somado a técnicas hipnóticas. Milton defendia a hipnose indireta como uma alternativa mais ética e eficaz, pois a resposta a pedidos diretos pode ser apenas aceitação ou rejeição. A sugestão indireta é uma maneira mais sutil de invocar a mudança.

O modelo terapêutico de Milton deu origem ao que conhecemos hoje como a metodologia da Programação Neuro-linguística – PNL. Essa técnica é amplamente utilizada por coaches de alta performance pessoal e profissional. O foco é fortalecer o poder pessoal do indivíduo para que ele vença suas próprias barreiras, honrando e respeitando sua história e suas vivências – ou seja, todas as premissas utilizadas por Milton Erickson.

Por estes, e tantos outros motivos, o seu legado na hipnoterapia será eterno.

– Hellen V. Neves – Terapeuta Comportamental & Treinadora